Teoria Freudiana e Suas Implicações
Universidade de Brasília – UnB
Disciplina: Psicologia da Personalidade
Professora: Elisa Walleska Kruger Costa
Aluna: Jéssica de Aquino Ribeiro
Turma : E
Matrícula: 12/0013991
Teoria Freudiana e Suas Implicações
Introdução
O desenvolvimento humano é estruturado e mediado pelo contexto em que ocorre, a sociedade contemporânea se organiza linearmente em ciclo de vida dividindo-o em faixas etárias. Os primeiros anos de vida da criança é um período de grande desenvolvimento, mais do que isto, é um período onde o ser humano desenvolve-se psicologicamente, envolvendo graduais mudanças no comportamento da pessoa, bem como na aquisição das bases de sua personalidade.
Segundo Freud o aparelho psíquico, é composto por três níveis estruturais que compõe a personalidade, id, ego e superego. O id é o primeiro elemento e nasce com a criança, é a fonte de toda a energia psíquica, visa à satisfação imediata na busca exclusiva do prazer, tendo assim a função de descarregar as tensões biológicas, é a estrutura da personalidade original, básica e central do ser humano, os seus conteúdos são quase todos inconscientes, eles incluem configurações mentais que nunca se tornaram conscientes, assim como o material que foi considerado inaceitável pela consciência, um pensamento ou uma lembrança, excluídos da consciência, mas localizados na área do Id será capaz de influenciar toda a vida mental de uma pessoa (SCHULTZ, SCHULTZ, 2000).
O ego controla as exigências instintivas do Id, decidindo onde, quando e como são feitas, é a parte do aparelho psíquico que está em contato com a realidade externa, ele tem a tarefa de garantir a saúde, segurança e sanidade da personalidade, uma das características principais do Ego é comandar o movimento voluntário, desempenha a sua função, dando conta dos estímulos externos, armazenando experiências sobre eles na memória, evitando o excesso de estímulos internos mediante a fuga, lidando com estímulos moderados através da adaptação e aprendendo, através da atividade, a produzir modificações convenientes no mundo externo, em benefício próprio, esforça-se pelo prazer e busca evitar o desprazer. A elevação dessas tensões é, em geral, sentida como desprazer e a sua redução como prazer (SCHULTZ, SCHULTZ, 2000).
O superego é a última estrutura da personalidade a se desenvolver a partir do Ego, autoridade do grupo social, consciência moral que se liga à culpabilidade e à autocrítica, representa um conjunto de valores nucleares como: honestidade, sentido de dever, obrigações, sentido de responsabilidade e outros, também inconsciente faz a censura dos impulsos que a sociedade e a cultura proíbem ao Id, impedindo o indivíduo de satisfazer plenamente seus instintos e desejos (SCHULTZ, SCHULTZ, 2000).
Assim a personalidade de uma pessoa e constituída desde recém- nascida, se desenvolvendo de acordo com o s valores internos que são transmitidos inicialmente pelos pais.
Desenvolvimento psicossexual: A teoria psicanalítica defende que o desenvolvimento psicossocial do indivíduo inicia desde os primeiros anos de vida, em fases ou estágios psicossexuais definidas por regiões do corpo, nos quais surgem necessidades que exigem ser satisfeitas. A maneira como essas necessidades são satisfeitas determina como a criança se relaciona com outras pessoas e quais sentimentos ela tem para consigo mesma. As fases se seguem umas às outras em uma ordem fixa e, apesar de uma fase se desenvolver a partir da anterior, os processos desencadeados em uma fase nunca estão plenamente completos e continuam agindo durante toda a vida da pessoa.
Primeira fase oral: do nascimento até aproximadamente 12 meses, nessa fase a criança vivencia prazer e dor através da satisfação ou frustrações de pulsões orais, ou seja, pela boca. Essa satisfação se dá independente da satisfação da fome. Para a criança, sugar, mastigar, comer, morder, cuspir etc, têm uma função ligada ao prazer, além de servirem à alimentação. A fase oral se divide em duas fases menores, definidas pelo nascimento dos dentes. Antes passiva-receptiva com os primeiros dentes a criança passa a uma fase sádica-ativa através da possibilidade de morder (ROMAGNANI, A. et al, 2011).
Segunda fase anal: aproximadamente dos 12 meses aos 3 anos, nessa fase a satisfação das pulsões se dirige ao ânus, ao controle da tensão intestinal. A criança tem de aprender a controlar sua defecação e, dessa forma, deve aprender a lidar com a frustração do desejo de satisfazer suas necessidades imediatamente (ROMAGNANI, A. et al, 2011).
Terceira fase fálica: dos 3 anos aos 5 anos, essa fase se caracteriza pela importância da presença (ou, nas meninas, da ausência) do falo ou pênis. Prazer e desprazer estão centrados na região genital. As dificuldades dessa fase estão ligadas ao direcionamento da pulsão sexual ao genitor do sexo oposto e aos problemas resultantes. A resolução desse conflito está relacionada ao complexo de Édipo e à identificação com o genitor de mesmo sexo(ROMAGNANI, A. et al, 2011).
Quarta período de latência: a partir dos 6 anos ate a puberdade, trata-se de uma fase mais tranquila, onde as fantasias e os impulsos sexuais são reprimidos, tornando-se secundários, e o desenvolvimento cognitivo e a assimilação de valores e normas sociais se tornam a atividade principal da criança, continuando o desenvolvimento do ego e do superego (ROMAGNANI, A. et al, 2011).
Quinta fase genital: durante a adolescência, estendendo-se até a vida adulta, nessa última fase as pulsões sexuais, acompanhando a maturação biológica, despertam-se novamente e são dirigidas a uma pessoa do sexo oposto. A escolha do parceiro não se dá independente dos processos de desenvolvimento anteriores, mas é influenciada pela vivência nas fases antecedentes. Além disso, apesar de continuarem agindo durante toda a vida do indivíduo, os conflitos internos típicos das fases anteriores atingem na fase genital uma relativa estabilidade conduzindo a pessoa a uma estrutura do ego que lhe permite enfrentar os desafios da idade adulta (ROMAGNANI, A. et al, 2011).
Contudo uma criança que tenha tido algum tipo de trauma no seu desenvolvimento para Freud seria um fracasso do aparelho psíquico, em lidar com a demanda pulsional predeterminada de amadurecimento, podendo vir a ter problemas na vida adulta.
Um exemplo seria uma criança que tenha passado por problemas nas fases de desenvolvimento, que quando cresce se torna um adulto problemático, com dificuldades em se relacionar com outros, não conseguindo ter relacionamentos amoroso, sendo agressivo, podendo desenvolver depressão.
A teoria freudiana explica que dificuldades em relacionamentos amoroso pode tá vinculada a frustrações na fase fálica, o comportamento de um menino de 3 a 5 anos de idade é marcado pelo Complexo de édipo. Esta famosa atribuição de Freud trata da ligação amorosa da criança com a mãe. Embora essa ligação se modifique e sofra repressão, as catexes originarias do complexo permanecem como uma forca vital da personalidade durante toda a vida. As atitudes para com as pessoas do sexo oposto, bem como para com as que representam autoridade são, em grande parte, frutos da forma pela qual a criança resolveu o complexo de édipo. A fixação e não resolução satisfatória traz consequências para as escolhas amorosas na vida adulta.
A agressividade esta relacionado primeira fase oral, desde o nascimento, a maioria das atividades da criança esta concentrada na boca, com o objetivo de satisfazer as necessidades de autoconservação e os impulsos libidinosos. Para Freud, a sucção do polegar, a tendência da criança colocar tudo na boca vem da necessidade que não está ligada somente a autoconservação. Durante essa fase, com o aparecimento dos dentes, começam a se manifestar também os impulsos sádicos ligados ao instinto agressivo, mesmo que sua expressão não se dá com frequência. A agressividade e manifestada com maior extensão durante a segunda fase, já que a satisfação se realiza na agressão e na função excretora. Freud justifica a inclusão dos impulsos agressivos na libido argumentando que o sadismo e a fusão dos impulsos libidinosos com os destrutivos. Essa fusão permanece por toda a vida.
Já a depressão para Freud consiste em dois tipos, um é o sentimento que pode estar em qualquer neurose, como uma forma de "reação" aos fatores exógenos, seja do ambiente em que se encontra o indivíduo, seja de um modo geral da cultura em que ele se insere, e o outro seria o de uma forma branda de melancolia que pode ser considerada como uma depressão endógena (FREUD,1917).
Um episódio depressivo se caracteriza por um período de duração mínimo de duas semanas, com a presença de dois grupamentos de sintomas: primeiro humor triste, diminuição do interesse e do prazer, diminuição da energia e fatigabilidade; e segundo pessimismo, diminuição da auto–estima, ideação de ruína e/ou culpa, pensamentos e atos suicidas, diminuição ou aumento do apetite, diminuição ou aumento do sono, diminuição da atenção e concentração, alteração da atividade psicomotora, lentificação ou agitação (MATOS, et al. 2006). Freud faz uma ligação entre a depressão e a fase oral do desenvolvimento, porque a introjeção decorre da incorporação oral do objeto perdido, que havia sido previamente eleito por meio da escolha narcísica objetal, isto é, escolhido pelo modelo do próprio ego. Assim, a introjeção sádico–oral do objeto cujo amor se quer como provisão narcísica, é o estopim que faz eclodir a necessidade narcísica, reprimida e ambivalente, do objeto amado (MATOS, et al.2006).
Considerações finais
Os estudos sobre o desenvolvimento psicossexual da criança são imprescindíveis para compreender os acontecimentos da vida adulta, tendo um desenvolvimento saudável com passagens pelos três estágios pré-genitais, período de latência e na fase genital, de forma natural sem traumas a criança tera uma vida adulta saudável. Influências de pessoas são importantes e significativas para o indivíduo na formação da personalidade assim como, estresse e conflitos das fases oral, anal, fálica latência e genital, bem como processo de crescimento fisiológico, frustrações, conflitos e perigos, sendo o indivíduo obrigado a desenvolver formas de minimizar suas tensões.
Para Freud o modo como o indivíduo vivi o complexo de édipo e explicado a partir comportamento do indivíduo já adulto, assim o núcleo de neurose também e o complexo de édipo. E importante o investimento no ego da indivíduo para se evitar o adoecimento, depressão, assim o impulsos hostis devem ser evitados por parte de pessoas próximas de quem está passando por esse momento, também e fundamental dar a devida importância para o superego pois, tem a função de proteger o individuo de perigos que possa deixa- lo frustrado deixando o exposto a situações que o deixe deprimido.
Referências
MATOS, et al: Depressão melancólica e depressão atípica: aspectos clínicos e psicodinâmicos. Estud. psicol, Campinas, vol.23, n.2, Apr/June. 2006 .
FREUD, S. Luto e melancolia. In: Obras Completas de Sigmund Freud. Rio de Janeiro: Imago. 1917.
SCHULTZ, D. P; SCHULTZ, S. E: Teorías de la personalidad. In: Freud S. El psicoanálisis. 9. ed. Florida. 2000. cap. 1, p. 47- 97.
Disponível em: <http://pt.scribd.com/doc/240396162/Teorias-de-la-Personalidad-Schultz-medilibros-com-pdf#scribd> Acesso em: 28 out. 2015
FREUD, S: Análise Terminável e Interminável. Edição Standard Brasileira das Obras Psicológicas Completas. Rio de Janeiro: Imago, 1996.
GAVIOLI, C. A: Articulações sobre o tratar e o educar na obra freudiana. Colóquio comunicações livres, São Paulo, v. 7. 2009.
KNIJNIK, L: A criança, o artista e o analisando: a psicanálise e a invenção de mundos. Belo Horizonte Estud. psicanal. v.40. Dez. 2013.
ANDREA, F: Desenvolvimento da Personalidade. Bertrand Brasil S.A, Rio de Janeiro. 1987.
SUBTIL, E. M: Teoria psicanalítica de Freud. Faculdade de Desperto do Porto. 2013. Disponível em: <http://www.portaleducacao.com.br/educacao/artigos/26809/teoria-de-sigmund-freud-acerca-do-desenvolvimento-humano#ixzz3qB0DEexx> Acesso: 29 out. 2015.
ROMAGNANI, A. et al. Freud: A importância do conhecimento do desenvolvimento psicossexual para a compreensão da sexualidade humana. In: II Simpósio internacional de educação sexual- sies gênero, direitos e diversidade sexual: trajetórias escolares, 2011, Maringá. UEM, 2011.