WINNICOTT E PIGGLE
Winnicott e Piggle
Universidade de Brasília Disciplina: Psicologia da Personalidade Turma: B Professora: Elisa Walleska Krüger Costa Aluno: Rebeca Nunes Lima Matrícula: 13/0131717
INTRODUÇÃO
Winnicott formado em medicina, aceito como membro da Sociedade Britanica De Psianalise em 1934. Atuou mais de 40 anos em um hospital infantil londrino. Durante a 2ª Grande Guerra passou a tratar crianças que haviam sido evacuadas de Londres e separadas de suas familias. Tinha a preocupação de divulgar seus estudos não apenas nos meios acadêmicos, mas também nos diversos meios de comunicação, como os profissionais de saúde, assistentes sociais, professores, religiosos e principalmente mães. Ele considerava que o ser humano ao nascer possuia um conjunto desorganizado de pulsões, intintos, capacidades motoras e perspectivas que de acordo com o desenvolvimento integram-se até que se atinja uma imagem unificada de si e do universo exterior. Também acreditava que cada ser humano possui um potencial especifico que leva ao amadurecimento. Entretanto, apesar de ser um processo natural, a conquista da maturidade vai depender de um ambiente facilitador, sendo que no inicio, esse ambiente é representado pela “mãe suficientemente boa”.
DESENVOLVIMENTO Winnicott se preocupava com as questões que envolviam a vida de seus pacientes, como por exemplo que tipo de ajuda ele poderia dar a uma criança “normal” que desenvolveu sistemas psicossomaticos após o nascimento de um irmão. O que nos leva ao caso de Gabrielle (2a 5m), apelidada pelo seus pais de Piggle, que após o nascimento da irmã, possuia preocupações que a mantinham acordada à noite, e ainda Gabrielle também ficava facilmente aborrecida, deprimida, insegura, angustiada e ciumenta. Winnicott chegou a dizer que o tratamento só poderia ser realizado se ele pudesse contar com a família como co–terapeuta. Além disso, ele considerava a acessibilidade, ou não, da família ao consultório, a distância de sua moradia até este e a frequência possível das sessões, entre outros aspectos. Com Gabrielle, Winnicott descartou uma pscicose, pois chamou atenção para uma “saúde básica” na personalidade da menina. Após um primeiro momento do tratamento se percebeu que as defesas mais primitivas se organizaram nos lugar das outras defesas que entraram em colapso. Winnicott fesz um processo para retomar “uma série de estados de maturação”, que já haviam sido vividos pela criança antes da segunda gravidez da mãe. Com o nascimento da irmã, criança se transformou, e em muitos aspectos ela mudou gradualmente, em vez de contente, brava quando a chamavam pelo seu nome. Piggle sempre foi muito apegada ao pai, tudo dela era direcionado ao pai, com o nascimento da neném, ela muda sua orientação do pai para a mãe, e isso demandou uma regressão e a deixou incapaz de ser ela mesma. Ela não permitia que ninguém a chamasse pelo seu nome, e começou a referir a si mesma como um bebê. A mãe ansiava ter um o segundo filho, aos 21 meses, como ela propria, só que ela não teve uma experiencia muito boa, e quando percebeu que estava fazendo a mesma coisa com a filha, tudo virou um grande nó, e isso os levou até o consultorio de Winnicott. Entendeu-se que Piggle passou por uma desilusão materna, poderia ser dito uma deprivação menor, uma vez que a mãe boa continuou parcialmente presente ao tentar refazer a situação. A perda do ambiente e de cuidados ocorreu no momento da gestação e nascimento da irmã. Na fase inicial de dependência relativa, esta falha enfraqueceu o sentido de identidade recém-conquistado no EU integrado. As fantasias persecutórias da mãe preta apontam a disposição paranoide que se desenvolveu como provável forma para não atacar a mãe, considerando que não pôde ter forças para odiar e nem canalizar esse ódio para fora. A perda da vivacidade para brincar indica as reverberações dessa perda em termos instintuais. Da mesma forma, o nascimento da irmã a lançou precocemente sobre questões de ordem sexual, à complexidade edipiana, sem que fosse madura emocionalmente para enfrentar essas questões. A ambivalência e rivalidade para com a mãe não podiam ser toleradas, incrementando as ansiedades subjacentes aos terrores noturnos. Seus problemas pré-edípicos e edípicos nas relações com os pais redundaram em impossibilidade de vivenciar e assumir a sua própria agressividade. Essa agressividade se voltou contra si mesma. Ao longo do processo, acompanha-se o desenvolvimento de uma relação na qual o analista passa a ser usado como integrador dessa instintualidade que ficou ameaçada. Através de brincadeiras e dramatizações, o ódio no setting terapêutico pôde ser experimentado e, por isso, integrado.
CONCLUSÃO
Como falado acima Winnicott não usou do método de psicanálise clássica, ele precisou para tratar esse caso especifico a interpretação, Essa técnica clássica seria aplicável aos casos de neuroses, ou seja, casos em que o amadurecimento da criança não foi bloqueado em idade mais precoce por inadequação do ambiente. No entanto, há muita discussão a respeito desse modo flexível de atendimento às necessidades do caso, que, às vezes, leva a conclusões precipitadas como, por exemplo, a de que algumas mudanças descaracterizariam o método e a técnica psicanalíticos, não podendo um tratamento assim ser considerado psicanálise Com esse modo winnicottiano de pensar um trabalho psicoterapêutico, depreende–se que todo tipo de tratamento psíquico que tenha em sua base, ou como guia a teoria do amadurecimento emocional desse autor, mesmo que não utilize a interpretação que objetiva tornar consciente o que está inconsciente.
Quando nasce um irmão, o mundo da criança é totalmente mudado, e quando as idades são muito próximas isso afeta ainda mais, já que no começo da vida o ambiente bom para o desenvolvimento da criança é a mãe, quando chega um neném novo, que toma toda a atenção da mãe, o mais velho perde o chão, e como a Piggle, sua identidade, e isso acarreta uma série de problemas subsequentes que precisam ser tratados. É preciso ajudar a criança a retomar o seu processo de maturação para que ela possa voltar a sincronizar seu amadurecimento emocional com o cronológico, e tudo possa seguir bem.
Winnicott fala do holding que é o suporte oferecido pela mãe para que a criança possa desenvolver sua personalidade, e consiga se relacionar com as pessoas e com o meio, Piggle tinha essa relação com o pai, e quando a irmã nasceu ela se virou para a mãe e teve uma decepção que por ter um recém nascido, que demanda muita atenção a criança maior ficou se sentindo abandonada, o que levou aos problemas que ela teve a seguir.
Bibliografia https://psicologado.com/abordagens/psicanalise/holding-e-formacao-da-personalidade-em-d-w-winnicott https://youtu.be/XQ63mfEiBaEXQ63mfEiBaE
THE PIGGLE: RELATO DO TRATAMENTO PSICANALITICO DE UMA MENINA https://pt.m.wikipedia.org/wiki/Donald_Woods_Winnicott https://symphonicnews.wordpress.com/2008/12/02/breve-resumo-da-psicanalise-de-winnicott/