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Skinner e a perspectiva do comportamentalismo radical

Psicologia da personalidade

Aluno: Pedro Augusto Beserra Estrela

Matrícula: 140158081

Professora: Elisa Walleska Krüger Costa

Introdução

Dentre as três principais correntes da psicologia, o Behaviorismo, também conhecido como comportamentalismo, é uma área da psicologia, que tem o comportamento como objeto de estudo em oposição ao funcionalismo e ao estruturalismo da psicologia da forma (Gestalt) e psicologia analítica (psicanálise).

O behaviorismo radical, assim chamado o conceito proposto pelo psicólogo americano Burrhus Frederic Skinner, ia em contrapartida ao behaviorismo de Watson. Segundo Skinner, o behaviorismo radical consiste na filosofia da ciência do comportamento humano, onde o meio ambiente é o responsável por tal conduta. Tal teórico era claramente contra a utilização de elementos não observáveis para explicar a conduta humana. Ao contrário de John Watson o qual defendia a hipótese de que o behaviorismo contempla o comportamento como uma forma funcional e reacional de organismos vivos. Esta corrente psicológica não aceita qualquer relação com o transcendental, com a introspecção e aspectos filosóficos, mas pretende analisar comportamentos que podem ser observados.

Dessa forma, para Skinner, os aspectos cognitivos não são considerados, porque o ser humano é visto como um ser homogêneo, e não como um ser que é composto pelo corpo e mente.

Burrhus Frederic Skinner nasceu em 1904 na cidade de Susquehanna, no Estado da Pennsylvania, Estados Unidos. Concluiu o segundo grau em 1922, no mesmo ano entrou na universidade Hamilton College. Graduou-se em literatura inglesa e línguas românicas, em 1926, e, com essa formação, Skinner decidiu ser escritor. Essa idéia foi abandonada em 1928 quando resolveu fazer o curso de pós-graduação em Psicologia, se inscrevendo no programa de Psicologia Experimental, em Harvard University. Obteve os títulos de Mestrado e Doutorado, em 1930 e 1931, respectivamente. Após o doutoramento, permaneceu em Harvard, até 1936, com um apoio financeiro para fazer pesquisas

A base do trabalho de Skinner refere-se a compreensão do comportamento humano através do comportamento operante. Ele afirmava que o seu interesse era em compreender o comportamento humano e não manipulá-lo.

1. Uma breve análise sobre sua teoria:

O Comportamento Operante é o que descreve um tipo de relação entre as respostas dos organismos e o ambiente. Diferentemente da relação descrita no comportamento correspondente onde um estímulo propicia uma resposta, o comportamento operante descreve uma relação onde uma resposta que gera uma consequência (ou apenas é acompanhada por essa como no caso do comportamento supersticioso) tem a sua probabilidade de ocorrer novamente em um contexto semelhante modificada pelo efeito desta consequência sobre a interação.

Nesse sentido, o behaviorismo radical vai entender o comportamento do ser humano e dos outros organismos como uma interação entre estímulos do ambiente e respostas do organismo, sendo determinado por três tipos de seleção, a saber: filogenética, ontogenética e cultural.

O primeiro nível de seleção, a seleção filogenética se refere aos repertórios compartilhados por uma mesma espécie, o qual é determinado pela história evolutiva da mesma. O segundo nível de seleção, a seleção ontogenética se refere ao repertório particular de cada indivíduo ou organismo, o qual é determinado por sua história de vida ou histórico de reforçamento. E o terceiro nível de seleção, a seleção cultural se refere ao repertório compartilhado por indivíduos de uma mesma cultura, sendo este de maior importância para compreender o comportamento humano e de outros animais que apresentam algum tipo de comportamento social.

É possível um pombo ter superstição? A superstição humana é um fenômeno complexo e sua história de desenvolvimento na vida das pessoas ainda não é compreendida. A despeito da complexidade, os fenômenos, ou aspectos deles, tem sido investigados pelos cientistas por meio de modelos animais. Skinner chegou a estudar o efeito da liberação de alimento em intervalos de tempo fixo e variável a pombos. Independente do que os pombos fizessem em uma caixa, um alimento era liberado e o pombo podia então consumi-lo. Ele observou que os pombos, durante algum tempo passavam a se comportar como se a comida estivesse associada ao que eles estavam fazendo. Um dos pombos passou a mover a cabeça para um lado e para o outro, enquanto outro dava voltas na gaiola, e assim por diante. Skinner chamou esse padrão de comportamento supersticioso. Seus trabalhos foram pioneiros nesta área e

impactantes para toda uma geração de pesquisas sobre superstição na psicologia experimental.

No filme “Sr. Ninguém” (intitulado originalmente por Mr. Nobody), do diretor Jaco Van Dormael, a cena inicial inicial tange às teorias de Skinner ao que se refere aos comportamentos dos pombos como supersticiosos. Lá, se afirma que os pombos, como a maioria dos seres vivos, associam rapidamente a pressão à recompensa. Quando esta pressão – Skinner a nomeou com o nome reforço – é regulada em um tempo de 20 (vinte) segundos, o animal apresenta reação com um comportamento correspondente aos estímulos e percebe a frequência de acontecimentos deste. Seu comportamento consiste no bater das asas e se iniciado imediatamente após o fim do estímulo passado, o pombo consegue calcular o tempo em número de movimentações nas asas até o próximo estímulo. Feito isso repetidas vezes, após as suas asa baterem, o animal se direcionava ao compartimento em que o alimento estava situado e o qual seria aberto na mesma faixa de tempo. Portanto, a ave aprendia a quantidade de tempo em que o compartimento levava para abrir e para fechar e agia automaticamente. Esta ação automática do pombo lhe dava a impressão de que as ações externas a ele também ocorreriam, o que condicionava-lhe “A Superstição do Pombo” como alegado na produção cinematográfica abordada.

Os estudos do autor referem-se à aprendizagem a qual é basicamente uma mudança de comportamento que é ensinado através de reforços imediatos e contínuos a uma resposta à um estímulo emitida pelo sujeito, e que seja mais próxima da resposta desejada. Fortalecidas, as respostas serão emitidas cada vez mais adequadamente, até se chegar ao comportamento desejado. O behaviorismo de Skinner faz parte do grupo das teorias comportamentalistas juntamente com teóricos como Pavlov, Watson e Thorndike.

Qualquer estímulo pode ser reforço, desde que aumente a probabilidade da resposta. Esses reforços podem receber a classificação dos estímulos em positivos e negativos, o que implica no aumento da probabilidade de resposta pela apresentação ou remoção dos estímulos. Estímulos que, ao serem acrescentados a uma situação, fortalecem a probabilidade de nova ocorrência de resposta são chamados de reforçadores positivos. No entanto, estímulos que ao serem removidos de uma situação, fortalecem a probabilidade da resposta que os removeu são chamados reforçadores negativos.

Conclusão

Ante isso, pode se esclarecer que o procedimento de introduzir um reforço positivo imediatamente após uma resposta, resulta num aumento na freqüência daquela resposta. Este processo é denominado por Skinner como um condicionamento operante.

Em seus estudos do Condicionamento Operante, Skinner, baseou-se em estudos e E. L. Thorndike de 1898. Estes eram uma alternativa a uma “corrente” de pensamento que atribuía aos animais, um certo, “poder de raciocínio” (Skinner, Análise do Comportamento Humano).

A partir daí, e aproveitando-se de obras já realizadas como as Curvas de Aprendizagem de Thorndike, Skinner aperfeiçoou sua teoria através do experimento que ficou conhecido como a “Caixa de Skinner”.

A melhor maneira de se descrever o processo do Condicionamento Operante é, nas palavras de Skinner: “tornou-se uma determinada consequência contingente a certas propriedades físicas do comportamento (o estirar a cabeça), e verificou-se um aumento na frequência no comportamento” (Skinner, Ciência e Comportamento Humano).

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

SKINNER, B.F. Ciência e Comportamento Humano. São Paulo: Martins Fontes (2003).

SNIFFY, o rato virtual: versão pro 2.0. São Paulo: Thomson Learning.

MOREIRA, M. B. e MEDEIROS, C. A. Princípios básicos de análise do comportamento. Porto Alegre: Artmed (2007). http://www.infoescola.com/pedagogia/teoria-de-aprendizagem-de-skinner/ - acessado em 03/11/2015.

Van Dormael, Jaco. Mr. Nobody, 2009. http://www.uniriotec.br/~pimentel/disciplinas/ie2/infoeduc/aprbehaviorismoskinner.html - acessado em 1/03/2015.

Conteúdos provenientes das abordagens em sala de aula e slides fornecidos pela professora.


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