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Análise do caso “Voo Germanwings 9525” com base na teoria de Maslow.

Instituto de Psicologia - IP

Departamento de Psicologia Clínica- PCL

Disciplina: Psicologia da Personalidade 1

Turma: B

Professora: Dra. Elisa Walleska

Matrícula: 120068672

Aluna: Karina S. Alves

Análise do caso “Voo Germanwings 9525” com base na teoria de Maslow.

Introdução

Este trabalho tem como objetivo analisar o perfil psicológico de Andreas Lubitz, apontado como responsável pela queda do avião da Germawings em 24 de março de 2015, sobretudo com a intervenção de teorias de Maslow. Maslow foi um psicólogo americano, famoso pela sua proposta de “Hierarquia de necessidades de Maslow”.

Segundo o teórico o individuo só adquire confiança ao realizar suas necessidades fisiológicas, podendo assim desencadear abertura de espaço para outras necessidades. A autoestima, por exemplo, porém se uma necessidade não for saciada, gera uma insatisfação. A autorrealização é uma abertura de felicidade, quando todas as necessidades forem contempladas.

Lubitz em frente à ponte Golden Gate, em São Francisco, Estados Unidos. Para ele, voar era um sonho de infância (Foto: reprodução)

Desenvolvimento

É comum atualmente problema psicológico ser relacionado a ataques terroristas. Isso porque, considerando o caos que o estado islâmico tem instaurado provocou-se uma posição de alerta no mundo. O alemão de 28 anos que teria derrubado o avião foi a princípio suspeito de um possível terrorista em ação. Porém, investigadores com base na caixa preta do avião, chegaram à conclusão de que o copiloto não teria ligação com ataques terroristas.

Foi constatado que a aparência antes da decolagem e a própria respiração do rapaz durante o voo parecia normal. Pôde-se se ouvir, através da caixa preta, que ele tranquilamente fechou a porta da cabine de voo, aproveitando-se da breve saída do piloto. Em seguida, pressionou os botões de monitoramento que coloca o avião em posição de descida e deliberadamente provocou a queda do avião.

Analisando o passado de Andreas com a finalidade de solucionar a possível causa da sua atitude é possível perceber a delicadeza da saúde mental que nele se encontrava. A informação pública é de que ele teria em 2009, enviado uma carta eletrônica a escola de pilotos da Lufthansa. O objetivo era informar que estava passando por período de depressão grave. Ainda assim, empresa aérea declarou o acidente como inimaginável desconhecendo os motivos que teriam levado o copiloto a fazer isso.

Ironicamente, Freud ganhou fama internacional por trazer o entendimento aos pensamentos humanos enquanto ainda estava vivo. Esclarecendo assim a importância de priorizar a mente humana e entende-la diante de possíveis problemas. O copiloto, por exemplo, passara por tratamento por risco de suicídio, fato que poderia ter previsto, ou melhor, ter sido previamente observado pelo trabalho do funcionário.

A empresa se defende afirmando que não conhecia os problemas médicos de Andreas e que essa é uma informação confidencial, pois ele passou nos testes e foi aprovado pelas autoridades. Embora considerado apto para voar, a despreocupação com o passado, foi irracional, pois a depressão exige uma sutileza de apoio e observação.

O caso evidência lacunas no sistema da empresa aérea, pois médicos teriam dado atestando ao copiloto que impediam o seu voo no dia do acidente. Em seu trabalho é declarado que ninguém teria conhecimento do seu problema psíquico e que ele mesmo teria ocultado a informação. A família e a namorada que sabiam de seu estado, subestimaram a gravidade da situação.

Esse caso foi motivo de reclamação para que o controle psiquiátrico fosse reforçado ao pessoal de voo, que podem muitas vezes pode ajudá-los e não deixá-los em risco, e também os que lhe rodeiam.

Maslow acredita que cada indivíduo tem uma vocação à autorrealização. A realização é adquirida após a satisfação de necessidades menores, essas seriam as motivadoras de outras e assim por diante. A informação pessoal do copiloto é de ele sempre fora reservado, porém muito amigável. Andreas parecia feliz para seus colegas próximos, pois afirmam que ele teria conseguido realizar seu sonho, “podendo viver do seu maior hobby”. Andreas aparentemente estaria realizado profissionalmente, sugerindo o desenvolvimento que as palavras e Maslow esclarecem sobre a realização pessoal.

Sobre as necessidades propostas pelo teórico para a prioridade de satisfação, as fisiológicas e a segurança vêm em primeiro lugar. A pertinência, amor, estima e autorrealização completam,sendo essa última quando satisfeita, algo psicologicamente saudável. Entre as características de pessoas dotadas autorrealização, temos:

  1. Percepção objetiva da realidade;

  2. Plena aceitação da própria natureza

  3. Compromisso e dedicação a algum tipo de trabalho;

  4. Simplicidade e naturalidade do comportamento;

  5. Necessidade de autonomia, privacidade e independência;

  6. Experiência de “pico” ou místicas intensas;

  7. Empatia e afeição pela humanidade

  8. Resistência ao conformismo;

  9. Estrutura de caráter democrático;

  10. Atitude de criatividade;

  11. Alto grau do que Adler chamava de interesse social

(Shultz, Duane; Shultz, Sydney – pg.339)

“Para as pessoas autorrealizadoras, até mesmo o trabalho cotidiano rotineiro ou cada momento do ato de viver pode ser excitante, emocionalmente e arrebatador.” (Maslow, 1970).

Essa poderia ser uma definição que abrangesse a vida do copiloto,mas embora caracterizado por pessoas próximas como realizado em seu trabalho, o comportamento de Andreas foi apontado como um quadro de depressão, conhecido como “síndrome de burnout”. Este é diagnosticado quando a pessoa sofre esgotamento físico e mental.

A síndrome também é conhecida como síndrome de esgotamento profissional, esse distúrbio psíquico foi descrito em 1974, por um médico americano chamado Freudenberger. O transtorno tem como característica o estado de tensão emocional e estresse. A síndrome geralmente manifesta-se em pessoas cuja profissão exige um intenso envolvimento.

Os sintomas podem refletir uma negatividade na vida do individuo que sofre do transtorno. Como por exemplo: isolamento, ansiedade, depressão, baixa autoestima e pessimismo.

Pensando na pirâmide de Maslow, os aspectos básicos que formam a qualidade de vida, foram prejudicados em Andreas com a possível doença. A urgência nas necessidades primárias humanas, sendo diretamente alteradas. Esses sintomas acima sugerem essa qualificação. E como o prejudicado já era reservado, foi algo imperceptível.

De acordo com a teoria, satisfação das necessidades humanas quando não realizadas, provocam um comportamento negativo. O que faz o indivíduo carregar uma desmotivação e crença na sua improdutividade. Isso afeta diretamente no ambiente corporativo e no desenvolvimento profissional.

Apesar de a teoria aplicar-se diretamente a motivação profissional, ainda é difícil afirmar o que levou Andreas a cometer tal ato. Para entendê-lo com base na teoria de Maslow, seria preciso compreender o ponto da carreira e a necessidade do momento. Fatos que não foram permitidos a utilidade pública.

Na psicanálise de Freud é declarada que o nossa alma esta sempre em conflito. Dividida em partes da inconsciência, pré-consciência e consciência em que não a concordância entre elas. Embora, o transtorno provoque alterações psíquicas, ainda é duvidosa acreditar que levaria um indivíduo a jogar um avião contra uma montanha.

A psiquiatra Fernanda Piotto, professora da Faculdade de Medicina do ABC, afirma que qualquer transtorno mental apresenta riscos de suicídios. Porém, a tendência suicida não pode ser direcionada ao possível transtorno, outra coisa pode ter influenciado a ação. Somente os médicos que atendiam Andreas podem esclarecer melhor o que teria acontecido.

Contudo, o caso Andreas é um reforço para reconsiderar a importância da avaliação de um potencial em risco. Dados familiares, necessidade e acompanhamento podem reverter esses possíveis acidentes. Já que a síndrome não oferece tanto risco, diferente de esquizofrenia ou transtornos mais graves que são bem mais tendenciosos ao suicídio. Entretanto, a confusão mental de exaustão provocada pela síndrome de burnout é caracterizada por uma queda acentuada na produtividade, pois a sensação é de que capacidade e a energia vital foram dizimadas. Tal sensação, sem dúvida, é cruel para os que sofrem, provocando uma grave vulnerabilidade e consequentemente, perigo.

Referências Bibliográficas

Maslow, Abraham -Motivation and Personality (1970)

Schultz, Duane; Schultz Sydney (2015) – História da Psicologia Moderna.


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